A parceria que deu certo mesmo foi a dela com o baixista Larry Klein. Tornou-se coprodutor e foi, por doze anos, parceiros mais que profissionais. Wild Things Run Fast seria o primeiro em que trabalhariam juntos. Em 1994 lançou Turbulent Indigo, que deu mais um Grammy a Mitchell. É um disco brilhante com uma coleção de boas faixas. A melhor, sem dúvida, é Sex Kills: “Oh and the tragedies in the nurseries –/ Little kids packin’ guns to school/ The ulcerated ozone/ These tumors of the skin –/ The hostile sun beatin’ down on, The massive mess we’re in!/ And the gas leaks/ And the oil spills, And sex sells everything,/ And sex kills./ Sex kills…” Forte, não? E a música é também. É um dos clássicos dos anos 1980 e 90. Klein soube criar uma atmosfera envolvente, avara em intervenções instrumentais. A voz de Mitchell navega sobre uma base sonora econômica em que destacam-se o violão e “sugestões” que a própria Mitchell cria com poucos acordes nos teclados eletrônicos. Ouve-se uma nota de baixo, um breve solo de Wayne Shorter, um “steel guitar” e percussões que se amalgamam ao resto do tecido sonoro. É um dos grandes discos de Mitchell, como foram Hejira e Blue.
Seu disco seguinte, Taming the Tiger, possui muitas coisas em comum com o anterior. Uma delas é a de que os dois são um pequeno portfólio de sua obra pictórica. Apesar de sua habilidade com os pincéis, é uma “mistureira” de estilos, onde predomina a influência de Van Gogh (a capa de Turbulent Indigo é um autorretrato après Van Gogh sem a orelha), mas que tem ecos da pintura paisagística dos românticos americanos e ingleses e até do pré-rafaelita Dante Gabriel Rossetti e do americano Maxfield Parrish. É meio “segunda classe”, mas se descontarmos o fato de que, antes de ser pintora, é compositora e cantora de talento, tudo bem… aí vai um desconto – mesmo que ela, em uma entrevista, tenha dito que era antes, pintora e depois, musicista.
Mitchell e seu companheiro inseparável: o cigarro |
Mitchell canta Sex Kills.
Publicado em 1/12/2009
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